Depois de alguns minutos que pareceram horas — ou talvez o contrário — Elize se levantou devagar, procurando recuperar a compostura e o fôlego ao mesmo tempo.
— Você me amassou toda — ela disse, olhando para o vestido, ajeitando o cabelo e tentando, em vão, encontrar o grampo que tinha sumido misteriosamente em algum lugar entre o sofá e o caos.
Henrique ainda estava recostado no sofá, sorrindo como quem acabou de cometer um crime delicioso.
— Você continua perfeita.
— E você continua dispensado de opinar — rebateu ela, pegando o celular no chão como se nada tivesse acontecido, mas com as bochechas ainda vermelhas.
Ela abriu a câmera frontal e tentou consertar o estrago: o batom já era história, o vestido todo torto, e o cabelo tinha entrado oficialmente em modo “acabei de viver uma cena de novela das 11”.
— Eu não acredito que você me fez isso justo hoje que eu vim arrumada pra me vingar psicologicamente da Helena — ela resmungou, olhando o celular apoiado sobre a mesa.