Na quinta-feira, Elize acordou decidida. Se era pra jogar, ela ia jogar bem vestida.

Vestido midi acinturado, maquiagem leve porém estratégica, cabelo escovado com aquele volume de respeito.

Nem parecia a mesma garota que no dia anterior duvidava se conseguiria competir.

A manhã inteira passou. Arquivo pra cá, protocolo pra lá, café com Glória — e nada de Helena.

Nem um fio loiro circulando pelo escritório.

Glória, que não deixava escapar uma, lançou um olhar curioso quando Elize passou pela recepção equilibrando uma pilha de pastas com a classe de uma passarela.

— Hoje tá mais... sofisticada, hein? — comentou, com um sorrisinho matreiro.

— É a roupa que tava limpa — Elize desconversou, como quem não quer nada.

Já era quase hora do almoço quando Henrique a chamou no ramal:

— Elize, você pode trazer aquele parecer sobre o caso Santana?

Ela pegou o arquivo e foi até a sala dele com a segurança de quem sabia exatamente como estava.

Mas assim que abriu a porta, nem t