— Acho que ele tem relação com quem protege o Vicentini. — Arthur passou a mão pelos cabelos. — Mas agora eu quero saber qual é a extensão disso. O quanto ele sabe. O quanto ele está envolvido. E o quanto ele pode estar acobertando.
— E você vai perguntar?
— Ainda não sei. A gente só se vê na terça. Até lá... eu vou fuçar. Tudo. Quem assinou o quê, como esse processo chegou, e sobre quem ele falava quando dizia que era “coisa de família”.
Elize olhou pra ele em silêncio, recolheu a xícara com o coração acelerando e saiu da sala.
Mais tarde, já na faculdade, Elize andava inquieta durante o intervalo da aula.
O pátio estava quase vazio. Alguns alunos ainda circulavam com café na mão e olhares cansados.
Elize se afastou dos bancos centrais e ligou para Aurélio, o celular tremendo levemente entre os dedos.
— Fala, passarinha. Tudo certo? — a voz rouca e familiar do outro lado trouxe um alívio imediato, quase doloroso.
— Mais ou menos — ela respirou fundo. — Dois fantasma