Elize se sentou devagar no sofá, ainda com o rosto pálido, o cabelo grudando na testa suada.
O copo d’água nas mãos tremia levemente.
Arthur a observava em silêncio, sentado à sua frente, os cotovelos apoiados nos joelhos.
Não havia ironia nos olhos dele — só um cuidado denso, quase palpável.
— Por que você tá olhando assim? — ela tentou forçar um sorriso, sem conseguir.
Ele respirou fundo, e quando falou, sua voz era baixa, firme e sem rodeios.
— Eu já sei.
Ela o encarou, confusa.
— Sabe o quê?
— A marca. A dívida. O que ela significa. — Arthur não desvia os olhos. — E eu também sei que o Gael é filho do Henrique. E seu.
Elize congelou.
Arthur levantou uma das mãos, rápido, como quem afasta um susto.
— Não precisa negar. Eu juntei tudo. O tempo, o jeito como você olha pra ele, o pânico quando escutou aquele nome. A conta fechou faz tempo, Elize.
Ela tentou se levantar, mas as pernas ainda pareciam feitas de areia.
— Como você...?
— Não importa como — el