Elize ainda tava meio zonza, os olhos perdidos no teto da sala dele. A respiração começando a voltar ao normal.
Arthur continuava ali, sentado perto dela, mas quieto, respeitando o tempo dela.
— Você devia parar de visitar o Gael por um tempo — ele soltou, do nada, mas com aquele tom firme de quem não tava sugerindo à toa.
Ela virou o rosto na hora, como se tivesse levado um tapa.
— O quê?
— Escuta… se tiver alguém te seguindo, vigiando seus passos… Eles vão acabar achando ele. A tua irmã. A casa.
Elize engoliu em seco. O peito apertado.
— Mas ele é só um menino, Arthur…
— Justamente por isso. Você sabe como esses caras jogam. Não tem linha que eles não cruzem.
Ela passou a mão no rosto, como quem tentava apagar tudo. Como se fosse possível.
— Tá. Tá. Eu entendi.
— É só por um tempo. Você vai continuar vindo pro trabalho, agindo normalmente. Nada de sumir, nem de dar bandeira.
— E você?
Arthur se levantou devagar e foi até a mesa. Pegou alguns papéis, rabisc