O andar estava silencioso quando Arthur se encostou no balcão da recepção com um sorriso leve.
— Então... você e meu irmão, hein?
Elize, que estava organizando algumas pastas, parou o movimento no ato.
— Eu e o Henrique... o quê?
— Não precisa se explicar. Todo mundo já percebeu. Até a Glória comentou que vocês "nem disfarçam mais".
Ela riu, tentando parecer casual, mas a cor nas bochechas a traiu.
— A gente só trabalha junto.
— Aham. E o sol só esquenta um pouquinho.
Arthur apoiou os cotovelos no balcão.
— Brincadeiras à parte, vocês combinam. Só espero que ele não estrague tudo.
— Eu não sei do que você tá falando.
— Claro que sabe.
Elize abriu a boca pra retrucar, mas o telefone tocou.
Ela olhou em volta. Nada da Glória.
— Ela foi buscar café — Arthur murmurou.
Suspirando, Elize pegou o telefone.
— Villamar & Associados, Elize falando.
O silêncio do outro lado durou apenas um segundo.
Mas foi um segundo longo o suficiente pra que a espinha dela g