O elevador abriu com o ding metálico de sempre, revelando duas estagiárias e um advogado sênior.
Henrique não disse nada. Apenas entrou, puxando Elize junto com ele, com a mão ainda presa ao pulso dela.
Os outros ocupantes se encolheram no canto, sentindo que não deviam estar ali.
Henrique apertou o botão do subsolo. As portas se fecharam.
O silêncio era espesso, como se o ar tivesse sido sugado de dentro da cabine.
Elize mantinha os olhos fixos na luz vermelha que indicava os andares — 6, 5, 4… Cada número parecia demorar uma eternidade.
Quando finalmente chegaram ao estacionamento, ele a conduziu em silêncio até o carro. Um SUV escuro, ainda com o brilho da cera do fim de semana.
Abriu a porta do passageiro para ela, com um gesto curto.
— Entra.
Ela obedeceu, meio atordoada.
Ele deu a volta e se sentou no banco do motorista, ligando o ar-condicionado sem dizer uma palavra.
As mãos apertavam o volante como se fosse ele o culpado.
— Henrique… — ela quebrou o