O dia mal tinha começado, e Henrique já estava de terno escuro, gravata alinhada e expressão carregada.
A audiência que deveria durar no máximo duas horas havia desandado antes mesmo de começar.
Testemunha faltando, juiz substituto, advogado da parte contrária enrolando como sempre.
O processo estava virando um clássico da frustração — e ele sabia que não voltaria para o escritório tão cedo.
Enquanto isso, Elize descia da moto cheia de energia e expectativa.
A quarta-feira tinha sido... intensa, e ela não fazia ideia do que esperar da quinta.
Mas uma coisa era certa: depois da mensagem da noite anterior, do sonho indecente que teve e do perfume dele ainda rondando o ar, ela não estava pronta pra encarar outro dia de tensão... ou talvez estivesse.
Atravessou o saguão quase no automático e só percebeu que Henrique estava ali quando as portas do elevador abriram e ele apareceu saindo, pasta debaixo do braço e cara de poucos amigos.
— Elize... — ele cumprimentou, fazendo uma leve inclin