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Capítulo 2 – A Noite em Que Tudo Começou - Demian

Nunca a esqueci.

Aquela noite no baile não tinha nada de planejado. Eu estava ali por obrigação, entediado com discursos e brindes. Até que a vi.

— Quem é ela? — perguntei ao Liam, meu melhor amigo e advogado de uma das minhas empresas.

— Não sei, essa é a minha primeira vez aqui entre os deuses, meu amigo — respondeu Liam em seu tom brincalhão.

A máscara não escondia a força dos olhos dela. Nem a forma como se movia, confiante e graciosa. Era como se tudo ao redor desaparecesse, e só existisse ela.

Peguei uma taça e me aproximei.

— Obrigada. — ela agradeceu sorrindo, senti meu coração parar por um breve momento.

— Esses eventos são tão chatos, mas às vezes tem sua beleza. — tentei parecer indiferente

— Esses eventos são necessários. O destino de pesquisas importantes são definidas nesses eventos. — ela respondeu confiante.

Sorri.

— Deixa eu adivinhar. Você é algum tipo de relações públicas encarregada de conseguir verba? — era minha vez de ser arrogante.

— Nem chegou perto. Sou cientista. Responsável pela pesquisa com célula tronco com aplicação em regeneração cerebral. — pude ver seus olhos brilharem por um momento enquanto me respondia de forma presunçosa.

—- Então você é uma nerd arrogante e presunçosa — não pude evitar a provocação em minha resposta.

—- E você, um CEO mimado, que adora julgar os meros mortais — ela respondeu minha provocação com tanta naturalidade que quase gargalhei com sua ousadia.

Não falamos de passado. Não falamos de futuro. Apenas nos perdemos um no outro, como se já nos conhecêssemos em outra vida.

Não sei por quê. Não sei se fui eu quem a puxou ou se foi ela quem me levou, mas de repente estávamos longe das luzes e dos olhares, mergulhados no silêncio de um jardim escondido.

— Não achei que essa noite pudesse me surpreender. E agora estou aqui, sem palavras. — sorri.

A lua iluminava o contorno do rosto dela sob a máscara, e por um instante pensei que fosse uma miragem. Uma mulher feita de mistério, perfume e desejo. Eu sabia que não deveria, mas nada em mim queria resistir.

Segurei sua mão e senti a delicadeza firme de seus dedos entrelaçados aos meus. Era como se eu tivesse encontrado algo que procurava sem sequer saber.

Então a beijei.

Não havia escolha. Não havia raciocínio. Apenas o instinto.

Seus lábios eram macios, quentes, e o modo como ela correspondeu me arrebatou. Não foi hesitante, não foi tímido. Foi urgente, ardente, como se estivéssemos condenados a nos perder um no outro.

Não sei como, acabamos chegando a um quarto longe do burburinho da festa. Porta se fechou atrás de nós e o mundo deixou de existir. O silêncio do espaço foi preenchido pelo som de nossos beijos, pelo roçar das mãos explorando territórios proibidos.

— Enfim posso ter você só para mim.

Eu a queria inteira.

— Seja minha essa noite? — quase implorei.

— Sim! Sou sua — sua resposta gemida levou o último resquício de controle que eu ainda tinha.

E cada vez que minha boca encontrava sua pele, cada vez que minhas mãos deslizavam por suas curvas, eu sabia que não havia retorno.

As máscaras caíram. As roupas seguiram o mesmo destino, espalhadas pelo chão como testemunhas mudas do desejo que nos consumia. E então, ali, sem barreiras, ela se tornou a única verdade que importava.

O tempo deixou de existir.

Não havia negócios, obrigações, nem mesmo identidades. Só havia ela. Só havia nós.

E enquanto a paixão nos devorava, senti algo que jamais tinha sentido antes, como se, por uma noite, eu tivesse encontrado o que passara a vida inteira fingindo não precisar.

Naquela madrugada, não éramos estranhos.

Ela era minha. Eu era dela.

E nada fora daquele quarto poderia mudar isso.

Adormeci com ela em meus braços.

Quando abri os olhos pela manhã, só havia silêncio e lençóis vazios. Nenhuma carta, nenhuma explicação. Apenas a lembrança ardente da melhor noite da minha vida.

Passei meses tentando esquecê-la. Noites em claro pensando naquela mulher. Por um momento quase enlouqueci. Tentei convencer a mim mesmo de que tinha sido só um lapso, um encontro efêmero. Com o passar do tempo acabei esquecendo daquela noite, já tinha me convencido que jamais a veria novamente.

Até que, alguns anos depois, ao lado de Liam e Sophie, fui apresentado à melhor amiga dela, senti minhas entranhas se revirarem.

Tessa Grant.

Algo em Tessa era familiar, seu olhar arrogante me fez ter certeza de que aquele encontro nos reservaria momentos peculiares. Pude ver o desafio em seu olhar e aquilo me divertiu.

Então aquela noite, de alguns anos atras, por algum motivo, me veio à mente. E por alguma razão, que ainda não sabia ao certo, Tessa me lembrava daquela mulher que atormentou minhas noites por muito tempo. A curiosidade ferveu em minha mente. Meu corpo teimava em lembrar algo que minha mente ansiava esquecer. O que Tessa tinha, para me lembrar dela?

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