Inicio / Romance / Entre o Ódio e Desejo / Capítulo 1 – A Noite em Que Tudo Começou - Tessa
Entre o Ódio e Desejo
Entre o Ódio e Desejo
Por: Karen Pinheiro
Capítulo 1 – A Noite em Que Tudo Começou - Tessa

O salão estava repleto de luzes douradas, cristais cintilando e máscaras que escondiam rostos e intenções. Nunca gostei de festas de gala, mas o reitor da Universidade tinha destacado que como membro do núcleo de pesquisa, era a minha obrigação ir a esses eventos para levantar fundos e investimentos, e Sophie, que também iria, havia me convencido de que aquele baile beneficente seria divertido. “É só uma noite de fantasia”, ela disse.

E de fato foi. Para minha total surpresa, foi muito mais que divertido, foi intensa, avassaladora, e completamente inesquecível.

Entre tantos desconhecidos mascarados, ele me encontrou.

Ou talvez eu tenha deixado que me encontrasse. Rosto parcialmente coberto por uma máscara preta com detalhes em dourado, discreta e requintada, que demonstrava que aquele homem era muito mais que aparentava.

— Amiga, quem é aquele parado no bar? — perguntei a Sophie.

— Eu ainda não o conheci, ele é novo por aqui, mas ao julgar pelas suas roupas, acredito que deva ser algum CEO milionário.

Nossos olhares se encontraram, senti meu corpo todo arrepiar. Uma eletricidade passou pelo meu corpo me fazendo arfar.

Não sei o que me atraiu primeiro: o olhar escuro por trás da máscara, a segurança no sorriso, ou a forma como ele parecia ter olhos apenas para mim, mesmo em meio à multidão. Ele se aproximou, sorriu e me entregou uma taça.

— Obrigada. — agradeci sorrindo.

— Esses eventos são tão chatos, mas às vezes tem sua beleza.

— Esses eventos são necessários. O destino de pesquisas importantes são definidas nesses eventos.

Ele sorriu.

— Deixa eu adivinhar. Você é algum tipo de relações públicas encarregada de conseguir verba? — sorriu arrogante.

— Nem chegou perto. Sou cientista. Responsável pela pesquisa com célula tronco com aplicação em regeneração cerebral. — foi minha vez de sorrir arrogante.

—- Então você é uma nerd arrogante e presunçosa — sorriu com malícia.

—- E você, um CEO mimado, que adora julgar os meros mortais — rebati a provocação.

A conversa foi breve, quase irrelevante, mas o silêncio entre nós foi arrebatador.

Não perguntei seu nome. Ele não perguntou o meu.

Talvez porque ambos sabíamos que aquela noite não pedia promessas. Ele me chamou para dançar. Aceite com um sorriso estampado em meu rosto. Ao longe vi Sophie conversando com alguém, pelo visto ela também havia encontrado algo interessante naquela festa.

— Gostar de dançar? — ele perguntou ao meu ouvido, enquanto me conduzia pelo salão.

— Sim, mas danço somente quando o parceiro em questão se mostra apto a me conduzir.

Ele sorriu abertamente, seu sorriso era hipnótico, me peguei desejando poder sentir o gosto que aquela boca prometia ter.

A música ecoava distante quando ele nos conduziu para fora do salão. As luzes douradas ficaram para trás, e de repente estávamos em um jardim escondido, onde as sombras e o perfume das flores noturnas criavam um cenário de segredo e desejo.

— Não achei que essa noite pudesse me surpreender. E agora estou aqui, sem palavras. — sorriu olhando em meus olhos.

Ele tomou minha mão, firme e ao mesmo tempo cuidadoso. Eu não disse nada. Apenas deixei que me levasse, porque naquele instante meu corpo já respondia ao dele de uma forma que a razão não conseguia explicar.

Não sei quem deu o primeiro passo, só sei que, quando percebi, seus lábios já estavam nos meus. O beijo foi urgente, faminto, como se tivéssemos esperado uma vida inteira por aquele momento. Minhas mãos subiram explorando seu peito amplo, instintivamente até seus ombros fortes, e o calor da pele dele queimava através do tecido da roupa.

Gemi contra seus lábios. Ele sorriu ainda me beijando.

Seguimos às cegas até um quarto silencioso, afastado do resto do mundo, como se tivesse sido preparado apenas para nós. O tempo perdeu o sentido assim que a porta se fechou. O ambiente quase todo escuro iluminado apenas por um abajur no canto do quarto.

¬¬¬— Enfim posso ter você só para mim. — sussurrou.

Os beijos se multiplicaram, mais intensos, mais profundos. A cada toque, meu corpo incendiava, respondendo a cada investida como se fosse feito para ele. Suas mãos exploravam minha pele com uma mistura de reverência e desejo bruto, arrancando de mim suspiros que nunca imaginei deixar escapar. Quando seus lábios tocaram minha pele, senti meu corpo todo se arrepiar.

— Seja minha essa noite? — perguntou baixinho ao meu ouvido.

— Sim! Sou sua — minha resposta saiu quase um gemido.

Logo, as máscaras caíram, junto com as roupas, uma a uma, abandonadas pelo chão. Não havia mais barreiras, não havia mais defesas.

Só nós dois.

O mundo fora daquelas paredes deixou de existir. Não importavam nomes, histórias ou consequências. O que importava era a chama que nos devorava, o prazer que nos consumia em ondas, a paixão que nos unia como se fosse o único idioma que ambos conhecíamos.

Naquela noite, não éramos estranhos. Éramos tudo um para o outro.

Eu me entreguei. Sem reservas. Sem medo.

E quando o amanhecer tingiu o céu, me vesti em silêncio, deixando-o adormecido entre lençóis amassados. Antes de partir, olhei uma última vez ,um estranho que tinha sido, por uma noite, tudo o que eu nunca soube que queria.

Saí sem me despedir. E nunca soube quem ele era.

Sigue leyendo este libro gratis
Escanea el código para descargar la APP
capítulo anteriorcapítulo siguiente
Explora y lee buenas novelas sin costo
Miles de novelas gratis en BueNovela. ¡Descarga y lee en cualquier momento!
Lee libros gratis en la app
Escanea el código para leer en la APP