Acordei e ele não tava. Nem bilhete, nem mensagem, nem sinal. Só o travesseiro ainda quente e o cheiro dele no lençol.
Fiquei sentada na cama, meio zonza. Tentando entender. Tentando lembrar se eu fiz alguma coisa errada. Mas não. A noite anterior tinha sido boa. Intensa. Verdadeira.
E mesmo assim... ele foi embora.
---
Levantei, andei pela casa, abri a porta, chequei o celular. Nada.
A ausência dele parecia gritar. E eu, que sempre fui firme, que cresci ouvindo meus pais falarem sobre amor com consciência, respeito, escolha... me senti pequena.
Porque eu escolhi ele. E ele escolheu ir.
---
Fui até o Instituto. Minha mãe me viu de longe e entendeu na hora. Não perguntou nada. Só me abraçou forte.
— Ele foi, né? — ela disse.
Assenti. E chorei. Não de tristeza. De raiva.
— Eu não entendo — falei. — Ele dizia que me amava. Que queria ficar. Que eu era diferente.
Ela respirou fundo.
— Às vezes, o amor que a gente dá não é suficiente pra curar o que o outro carrega.
---
Meu pai apareceu co