O último mês chegou como quem não quer assustar. Helena já não dormia tão bem, mas acordava com mais esperança. O corpo estava diferente, mais lento, mais pesado, mas o coração parecia leve. Arthur estava ainda mais atento: preparava o café, ajustava os travesseiros, lia sobre parto e cuidados com recém-nascidos como se fosse estudar para uma prova.
— Você virou especialista em bebês — disse ela, rindo, enquanto ele explicava sobre posições para dormir melhor.
— Eu só quero que você se sinta segura. E que ele ou ela chegue sabendo que tem um pai que está tentando acertar.
Helena sorriu, tocando a mão dele.
— Você já acertou. Só por estar aqui.
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Eles passaram a fazer caminhadas curtas no fim da tarde. Helena gostava de sentir o vento no rosto, de observar as árvores, de conversar sobre coisas simples. Arthur sempre levava uma garrafinha de água e ficava atento a cada passo dela.
— Você acha que vai ser agora? — perguntou ele, enquanto caminhavam devagar.
— Não sei. Mas sinto que est