(Alexander)
As noites estavam mais longas. Ou talvez fosse eu que estivesse ficando cada vez mais perdido entre o silêncio e o som dos meus próprios pensamentos. A lua cheia lançava sua luz prateada sobre a varanda do quarto de hóspedes, onde eu estava. Não consegui dormir naquela noite. Emily dormia a poucos metros dali, no quarto dela. E eu… apenas ouvia.
Os últimos dias tinham sido um redemoinho. Havia tanta coisa não dita entre nós, mas, ao mesmo tempo, as palavras pareciam menores diante da intensidade que nos cercava. Desde o reencontro, desde aquele toque mais demorado, desde o beijo que quebrou a resistência dos dois, algo havia mudado. Eu a sentia diferente. Mais forte. Mais decidida. Mas ainda machucada.
E eu era parte disso.
Levantei da cadeira e caminhei até a estufa. A porta rangeu suavemente ao se abrir. O aroma das flores me envolveu como uma lembrança viva do que éramos. Sentei-me no banco de madeira e fechei os olhos, tentando organizar tudo que precisava dizer.
— Não