(Alexander)
O silêncio da noite me envolvia como um velho conhecido. Desde que Emily voltou a se aproximar de mim, desde que nossas conversas deixaram de ser apenas farpas e se tornaram confissões em sussurros, eu venho me agarrando à esperança de que ainda há tempo. De que ainda existe uma chance para nós dois.
Mas também sei que esperança é uma lâmina de dois gumes — ela pode curar, ou cortar fundo.
Estava no meu escritório, os papéis espalhados sobre a mesa, mas meus olhos estavam vidrados na tela do celular. Nenhuma mensagem nova. Nenhuma ligação. Era a ausência dela que mais pesava, mesmo quando eu sabia que ela precisava de espaço. Depois do jantar tenso com Dylan — que agora tentava se reconectar conosco —, tudo parecia suspenso, como se estivéssemos todos prestes a mergulhar numa decisão que mudaria tudo.
Fechei os olhos por um instante e me forcei a respirar fundo. Mas bastou a memória do toque de Emily, da forma como ela havia me olhado na última vez em que ficamos a sós, pa