(Emily)
Dois anos se passaram.
Os dias agora nasciam mais leves, como se a brisa suave da nova estação tivesse varrido todos os fantasmas do passado. Eu acordava cedo, envolta pelos lençóis de linho branco que Alexander insistiu em comprar quando nos mudamos para a nova casa em Florença. Sim, Florença. A cidade que um dia significou fuga e agora significava lar.
A janela do nosso quarto dava para um jardim repleto de lavandas e oliveiras, um refúgio silencioso onde os ponteiros do tempo pareciam se mover com mais gentileza. Era ali que eu encontrava minha paz, com a caneca de café quente entre as mãos e o som suave de Alexander tocando piano na sala ao lado.
Muita coisa mudou.
Depois de tudo que enfrentamos — os enganos, as traições, os desencontros e, principalmente, as escolhas —, decidimos recomeçar. Não havia mais espaço para meias verdades. Conversamos por horas incontáveis antes de decidir que valia a pena tentar. Que o amor, apesar das cicatrizes, ainda pulsava forte.
Naquela m