O silêncio dentro da casa era quase palpável, interrompido apenas pelo leve tilintar da chuva contra as janelas empoeiradas. Emily caminhava devagar, observando os móveis cobertos por lençóis brancos, as cortinas fechadas e o cheiro carregado de mofo e madeira antiga. A casa parecia adormecida — mas havia algo mais ali, algo que ela não conseguia explicar. Uma presença. Um arrepio percorreu sua espinha, fazendo-a se encolher ligeiramente. — Está perdida? — disse uma voz grave às suas costas, fazendo com que ela se virasse com um salto. Na escada que levava ao segundo andar, meio envolto pelas sombras, estava um homem. Alto, ombros largos, cabelos escuros bagunçados e barba por fazer. Os olhos, no entanto, foram o que mais a marcou — frios e intensos, como gelo prestes a queimar. — Me desculpe… eu não sabia que havia alguém aqui — disse Emily, a voz ainda trêmula. O homem desceu os degraus lentamente, com uma postura quase felina. Seus passos eram firmes, mas silenciosos. Ele usava
Ler mais