POV: Emily
Os dias têm passado num ritmo estranho, como se o tempo tentasse me ensinar algo que ainda não consigo entender. Cada amanhecer traz uma mistura de esperança e medo que eu não sei bem como lidar. Sinto que estou no limiar entre o que fui e o que posso ser, mas a estrada para essa nova versão de mim mesma parece longa e cheia de sombras.
Desde que deixei Alexander, minha vida virou um campo minado de emoções contraditórias. Eu queria me libertar, queria respirar sem ele sufocando minhas escolhas, mas não imaginei que esse alívio viesse acompanhado de uma saudade tão profunda que me apertava o peito a cada instante.
Sentada na pequena cafeteria perto da editora, com o caderno sobre o colo, sinto o peso dessa decisão. Escrever virou meu refúgio, o único lugar onde consigo ser honesta comigo mesma. No papel, as palavras fluem como se conseguissem dar sentido ao caos que eu carrego dentro.
Sinto a presença dele em cada página, em cada frase que rabisco — mesmo que ele não saiba.