As horas seguintes passaram como um borrão confuso entre realidade e sonho. Após aquela conversa tensa na suíte do hotel, eu me fechei em silêncio. Cada passo que dava, cada batida do meu coração parecia amplificar o eco das palavras de Baran. Ele estava diferente. Não era o mesmo homem frio e calculista que conheci naquela noite em Istambul. Havia algo nele… uma fragilidade escondida sob a couraça de aço que ele usava para se proteger do mundo.
Na manhã seguinte, levantei antes do sol nascer. Tomei um banho demorado, deixando a água quente correr pelas minhas costas como se pudesse lavar não apenas o corpo, mas também as mágoas. Vesti uma calça de alfaiataria, blusa branca e um blazer bege. Queria parecer forte. Estava cansada de parecer vulnerável.
— Está indo para onde? — Baran perguntou, encostado na porta do quarto, com uma xícara de café na mão e o olhar atento.
— Para o hospital. Tenho plantão. Algumas vidas ainda dependem de mim.
Ele assentiu, sem questionar. Mas algo em seus