Voltar para casa naquela noite foi como atravessar um campo minado de lembranças e emoções. O carro estava silencioso, exceto pelo som das gotas de chuva batendo contra o vidro. Meus dedos estavam trêmulos sobre o volante, e minha respiração curta. Ainda podia sentir o perfume de Baran em mim — aquele cheiro inebriante de âmbar, tabaco e pele quente.
Eu não deveria tê-lo beijado.
Mas como evitar? Como impedir meu corpo de responder quando os olhos dele me diziam tantas coisas que ele ainda não ousava confessar em palavras?
Estacionei o carro na frente do prédio. Chovia forte, e eu não quis sair. Fiquei ali, com a testa encostada no volante, tentando encontrar o centro de mim mesma novamente. Mas o centro… era ele. E tudo estava girando fora do eixo.
Meu telefone vibrou no painel. Uma mensagem de Baran.
Baran: “Você está bem? Chegou em casa?”
Demorei alguns segundos para responder, minhas mãos hesitando sobre a tela.
Eu: “Cheguei. Sim.”
Ele respondeu quase de imediato:
Baran: “Queria e