Lex
Eu fiquei ali parado no meio da sala, segurando o celular ainda quente da ligação que a Ana tinha encerrado na minha cara. Meu peito parecia uma caixa de som quebrada: fazia barulho, vibrava, falhava… e doía pra caramba.
Ela realmente achou que eu era esse tipo de lixo? Um cara que machuca mulheres, usa e descarta? A sério? Depois de tudo?
“Respira, Lex.” Eu tentei me convencer, mas o ar não queria entrar. Minha cabeça estava fritando.
A tal da Daniela… essa mulher simplesmente virou minha vida do avesso em um dia. Um dia. E pior: conseguiu colocar a Ana contra mim como se tivesse apertado um botão. O tipo de poder que ninguém deveria ter.
Eu me virei pra Natália, que ainda estava ali, parada na porta, parecendo uma estagiária que quebrou a máquina de café pela terceira vez no mês.
— Avisa o jurídico que isso tem que acabar hoje — eu disse, com a voz baixa, mas nítida. A raiva deixava tudo mais gelado.
— Lex… — ela começou, meio hesitante. — Sobre a proposta que você falou mais ce