Ana
Quando os acionistas finalmente se levantaram, eu senti como se tivesse acabado uma maratona. Não porque foi cansativo fisicamente, mas porque minhas bochechas deviam estar mais vermelhas do que um tomate maduro. Eu queria enfiar a cara no prato e nunca mais sair dali.
Lex, claro, parecia impecável. Gravata no lugar, sorriso no rosto, olhar relaxado, como se tivesse acabado de sair de um comercial de perfume. Eu? Eu estava a segundos de jogar a toalha de mesa em cima dele.
O garçom trouxe a sobremesa: um prato enorme de petit gâteau com sorvete, no meio da mesa, como se fosse pra ser dividido. Claro. Só podia ser mais uma pegadinha do universo.
Lex pegou a primeira colherada, cortou o bolo, o chocolate quente escorreu bonito, e ele ainda teve a ousadia de soprar de leve antes de provar. Fez aquele “hm” de prazer que parecia propaganda de restaurante cinco estrelas.
— Sério, Lex? — cruzei os braços. — Vai fingir que nada aconteceu aqui?
Ele levantou os olhos, divertido. — E o que e