Ana
Eu sabia que ia ser difícil, mas não tinha ideia de que seria um desafio olímpico. Segurar a língua enquanto Lex fazia charme na frente dos acionistas era pior que tentar equilibrar uma taça de champanhe numa montanha-russa.
Os convidados começaram a se acomodar, todos com aqueles sorrisos treinados e vozes graves de gente que acha que manda no mundo. Lex parecia no habitat natural dele, conversando com cada um como se fossem velhos amigos, rindo em tom baixo, batendo levemente no ombro de outro. Eu, por outro lado, me sentia como uma figurante perdida em cena errada.
— Então, Lex, essa é a famosa Ana? — perguntou um dos homens, olhando pra mim com aquele ar de avaliador de pedigree.
Eu congelei. Famosa? Eu?
Lex sorriu, tranquilo, como se aquilo fosse a coisa mais natural do planeta. — Sim, essa é a Ana.
Aquela confirmação me fez tossir de leve, como se tivesse engasgado com nada. Eu estava prestes a corrigir, abrir a boca e explicar que não, que eu não era “a famosa Ana”, que não