Ana
Quando Lex disse “comitê beneficente”, eu imaginei algo diferente. Pensei em flores bonitas em uma mesa de reunião, café fresquinho, pessoas sorrindo, discutindo ideias de como salvar criancinhas ou cachorrinhos abandonados.
Doce ilusão.
O que eu encontrei foi um grupo de mulheres que pareciam ter saído direto de um concurso de “quem tem o nariz mais empinado da cidade”. Todas super produzidas, com vestidos caros, pulseiras brilhando mais que a luz do sol e perfumes tão fortes que quase precisei de máscara de oxigênio.
— Você deve ser a… Ana, certo? — uma delas me olhou de cima a baixo, com um sorriso que não era sorriso, era quase um deboche.
— Sou eu mesma — respondi, tentando ser simpática.
— Ah, que ótimo — disse outra, ajeitando um coque tão duro que devia ter mais laquê do que cabelo. — Então você vai nos ajudar hoje.
Até aí, tudo bem. Eu já esperava pegar umas pranchetas, anotar nomes, talvez organizar fichas. Mas elas me receberam como se eu tivesse acabado de ser contrat