Ana
A reunião estava a mil. Projetos, gráficos, cifras bilionárias, cada detalhe parecia mais importante que o outro.
Eu tentava focar, mas meu celular vibrou sobre a mesa, e meu coração deu um pulo. Uma notificação.
Uma foto de um banquete.
De Ana.
Ela estava cercada por pratos que mais pareciam obras de arte — lagosta, frutos do mar, sobremesas que nunca imaginei que ela tivesse coragem de experimentar. E ela ainda tinha mandado pra mim. A legenda dizia: “Olha o que você tá perdendo!”
Eu não consegui segurar o sorriso. O tipo de sorriso que diz tudo, sem precisar de palavras. Eu guardei o celular, respirando fundo para não demonstrar que estava completamente derretido em plena reunião.
Não podia. Não podia perder o controle. “Vamos agilizar, por favor”, falei, tentando soar firme, mas com um peso na voz. Queria terminar logo, sair daquela sala e ver aquela mulher que me enlouquecia de maneiras que ninguém podia imaginar.
Meus colegas riram. Riram com malícia, porque eles sabiam