Ana
Se o inferno tivesse um menu especial pra corações indecisos, com certeza teria esse jantar como prato principal.
Eu já tava suando de tanto “atuar”.
O sorriso fixo, o olhar de “sou completamente apaixonada pelo meu namorado rico e irresistível”, e o corpo inteiro tentando não reagir a cada vez que Lex encostava a mão na minha perna, no ombro ou me olhava daquele jeito que parecia brincadeira, mas não era.
A banda começou a tocar uma música lenta, daquelas que dão vontade de chorar e beijar ao mesmo tempo.
A pior combinação possível.
O restaurante parecia ter entrado num clima romântico coletivo.
As luzes diminuíram, os casais começaram a cochichar e rir baixinho, e eu só pensava.
Universo, me dá um sinal de que eu vou sobreviver a isso!
Lex estava rindo de algo que um dos investidores contou, e eu tentava acompanhar, mas confesso que não fazia a menor ideia do assunto.
Meu foco estava 90% em não encarar a boca dele e 10% em parecer sociável.
Foi então que a mulher — a esposa de u