Ana
O salão inteiro já estava mergulhado em um silêncio sufocante, só quebrado pelo som metálico de joias e relógios sendo jogados nas bandejas. Eu continuava atrás de Lex, tentando parecer invisível, quando senti o ar mudar.
Um dos garçons dourados — alto, ombros largos, olhos tão frios quanto a arma que segurava — parou de recolher as joias e me encarou. Foi como levar um choque. O olhar dele não deslizou como os outros; ele grudou em mim, como um predador, avaliando, calculando.
— Essa aí. — a voz saiu grave, como se não houvesse discussão. Ele apontou o queixo na minha direção. — Vem comigo.
Meu corpo travou.
Antes que eu pudesse reagir, ele deu um passo à frente e agarrou meu braço com brutalidade. O toque foi tão forte que a dor subiu como fogo, e um grito escapou da minha garganta.
Tudo aconteceu rápido demais.
— Larga ela. — A voz de Lex explodiu, firme, como uma ordem inegociável.
O ladrão soltou um riso curto, debochado.
— O chefão disse pra levar o que é de valor, não diss