Ana
O microfone chiou de leve e a atenção de todo mundo foi puxada para o palco. O homem de terno impecável sorriu como se fosse anunciar o próximo bilionário da noite, mas a frase que saiu da boca dele fez o salão inteiro congelar.
— É um assalto.
O ar sumiu da minha garganta. Aquele salão cheio de cristal, ouro e perfume caro virou um túmulo silencioso. Ninguém se moveu. Ninguém respirou. Todo mundo ficou preso entre acreditar e achar que era só mais uma piada de rico.
O problema é que não era piada.
Assim que as palavras ecoaram, os garçons — aqueles mesmos de uniforme dourado que estavam desfilando com bandejas de champanhe e canapés — largaram as taças e sacaram armas. Armas de verdade. Pretas, pesadas, mortais. O barulho metálico preencheu o salão e fez minha pele arrepiar.
Um coro de suspiros, gritos contidos e taças se estilhaçando no chão tomou conta do ambiente. Mulheres agarraram seus colares, homens engoliram a própria saliva, e eu… eu fiquei paralisada.
— Calma, calma — o