A chuva fina que descia sobre Genebra naquela manhã de outono fazia os vitrais da mansão Marchand parecerem ainda mais melancólicos. Isabelle acordou com o som abafado dos pingos contra a vidraça. Olhou para o teto esculpido do quarto e sentiu-se anestesiada. O luto não havia passado. Estava impregnado em sua pele, como um perfume denso que não se dissipava.
Ela se levantou mecanicamente, atravessou o quarto e foi direto para a penteadeira da mãe. Escovou os cabelos com a mesma escova de prata que Geneviève usava. Não sabia se queria parecer mais forte ou apenas lembrar quem já fora um dia. Vestiu-se com um tailleur cinza-escuro, apropriado para uma reunião empresarial. Mas seus olhos não combinavam com nada naquele conjunto. Estavam mortos. Azuis demais para serem reais. Ou vivos.
No andar de baixo, Claire, a governanta, já a esperava com uma xícara de chá de jasmim.
— Está pronta, madame? — perguntou com delicadeza.
Isabelle assentiu. Não tinha certeza.
Na biblioteca, Claude já ocup