A cama estava gelada.Mais uma vez, Claude não voltara para casa.Isabelle despertou com o som distante do relógio de parede marcando 08h00. O céu estava encoberto por nuvens pesadas, e a mansão silenciosa parecia ainda mais fria sem o barulho da presença do marido — que, quando vinha, deixava apenas ruídos de raiva e cheiro de cigarro.Ela se levantou em silêncio, como fazia todas as manhãs.Vestiu um robe de seda cor creme, amarrou-o com delicadeza, passou um creme leve no rosto e desceu os degraus de mármore em passos lentos. Seu reflexo nos espelhos dos corredores era o de uma mulher que já não esperava nada dos dias.Ao chegar à copa, encontrou a mesa impecável.Croissants frescos, chá de camomila em bule de porcelana inglesa, ovos mexidos, fatias de frutas cuidadosamente dispostas.— Bom dia, senhora Lefevre — disse Amélie, a cozinheira, com um leve sorriso. — A senhora dormiu bem?— Dormi, sim... obrigada — respondeu Isabelle, educada como sempre.Claire, a governanta, estava p
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