As cortinas da biblioteca foram abertas às oito em ponto.
Claude já estava à mesa desde as sete, usando um terno azul escuro feito sob medida, dedos tamborilando o tampo de mogno enquanto aguardava a chegada dos executivos do Grupo Marchand-Lefevre.
Isabelle ainda não havia descido.
Mas ele não precisava dela.
— Serviremos café completo — ordenou à governanta. — Nada de ambiente de luto. Isso aqui é uma empresa. Não um velório eterno.
Claire não respondeu. Apenas assentiu com um leve aceno e se retirou.
Na cabeça de Claude, a estratégia era clara: comandar com autoridade enquanto Isabelle ainda estivesse emocionalmente vulnerável. Afinal, o mundo dos negócios não aguardava corações partidos.
Isabelle desceu uma hora depois.
Estava pálida, o rosto cansado. Usava uma blusa de seda creme e calça preta de alfaiataria. Elegante, mas visivelmente abatida.
Claude levantou-se para receber os executivos ao lado dela, como se fossem um casal perfeitamente unido.
— Senhores, esta é minha esposa.