A noite já caía sobre a villa Farella. O silêncio pesado que antecede as decisões irrevogáveis pairava no ar, e até os empregados pareciam mais discretos que o habitual. Dominico estava em seu escritório, de pé diante da janela, olhando o pátio iluminado. O cálice de uísque em sua mão girava lentamente, e cada movimento parecia uma contagem regressiva.
Ele vai pagar. A frase se repetia em sua mente como um mantra. A cada vez que a lembrança de Salvatori se aproximando de Isabelle lhe vinha à cabeça, sentia o sangue ferver. Não importava o motivo, a manipulação ou as circunstâncias — o simples fato de ele ter tocado no que era dele já era suficiente para decretar a sentença.
Mas antes de qualquer ação, havia outra necessidade queimando nele. Uma necessidade física e primitiva.
Apagou as luzes do escritório e subiu as escadas com passos firmes. Ao chegar ao quarto, encontrou Isabelle sentada na penteadeira, penteando os cabelos. Ela se virou ao ouvir a porta, e o olhar dele a atingiu co