O silêncio no galpão era tão denso que se podia ouvir o leve estalar da madeira nas vigas. Dominico permaneceu imóvel por alguns segundos após as palavras de Salvatori, o olhar fixo, negro e inabalável.
— Então… — disse por fim, com voz baixa, mas carregada de um peso mortal — você está me dizendo que tocou na minha mulher porque Lizandra te contou histórias?
Salvatori respirou fundo, tentando se recompor. — Ela me procurou. Me disse que Isabelle… não era tão intocável. Pintou um quadro onde ela já havia se entregue a você no cativeiro, mesmo amando outro, e depois, livre, abriu a porta de novo. Eu… achei que havia espaço para me aproximar.
Dominico inclinou-se levemente para a frente, apoiando os cotovelos nos joelhos. — Achou errado. Muito errado.
— Não quis desrespeitar o clã… — começou, mas parou ao ver o leve sorriso frio que se formou nos lábios de El Príncipe.
— Você não desrespeitou o clã, Salvatori. Você me desrespeitou. — A pausa foi carregada de ameaça. — E isso, para mim,