Cristal entrou pela porta dos fundos com passos quase invisíveis, os dedos ainda trêmulos ao fechar a maçaneta sem fazer ruído. O céu lá fora começava a clarear lentamente, tingindo o horizonte com tons azulados e alaranjados. A mansão estava mergulhada num silêncio profundo.
Ela deslizou pelo corredor, sentindo o frio do piso sob os pés descalços. Subiu as escadas com cuidado, o coração acelerado pela possibilidade de esbarrar com Elena — sempre atenta a tudo — ou Elizabeth, que, embora fosse mais acolhedora, certamente faria perguntas.
Mas a casa parecia adormecida. Nada além do som baixo do relógio antigo da sala e do próprio respirar ansioso de Cristal.
Chegando ao quarto, girou a maçaneta devagar... e o vazio lhe deu as boas-vindas.
A cama estava intacta, a luz do abajur apagada, o closet fechado, o ambiente frio.
Raphael não estava ali.
Cristal parou no meio do quarto, desconcertada, os olhos vasculhando o espaço. Abriu a porta do banheiro, depois o closet, procurand