Alguns dias se passaram, o cheiro do hospital ainda impregnava as narinas de Cristal, mesmo quando a brisa suave da manhã entrou pela janela do carro. O caminho de volta para a mansão parecia mais longo do que o normal, talvez porque, agora, tudo parecesse diferente. Ela não era mais apenas a esposa do Raphael. Ela era uma sobrevivente. E carregava dentro de si uma vida que, contra todas as probabilidades, ainda batia forte.
Raphael manteve uma das mãos firmes no volante e a outra repousava com leveza sobre a perna dela, em um gesto protetor. Desde que o médico dissera que ela poderia voltar para casa com restrições, ele não tirava os olhos dela por mais de alguns segundos.
— Promete que vai seguir tudo o que o médico falou? — ele perguntou, sem desviar os olhos da estrada.
Cristal assentiu, cansada, mas serena.
— Vou. Pela bebê... e por mim também. — Ela fez uma pausa curta, encarando a paisagem. — Obrigada por tudo, Raphael.
Ele não respondeu de imediato. Apenas apertou de leve