Cristal se afastou do jardim com passos cada vez mais rápidos, ignorando os olhares, as vozes e até mesmo Elizabeth chamando seu nome de longe. O gosto da decepção ainda queimava na garganta, e as lágrimas começaram a escorrer sem permissão. Era demais. Aquilo tudo era demais.
Ela atravessou o portão de entrada com o coração disparado. O vestido leve se colava à pele por causa do calor do fim da tarde e da tensão em seu corpo. Abriu a porta do carro com pressa, jogou a bolsa no banco do passageiro e se sentou, como se só ali pudesse respirar.
Colocou o cinto, ligou o motor.
Atrás dela, Christopher apareceu correndo pela entrada.
— “Cristal!” — ele chamou, erguendo a voz. — “Cristal, espera!”
Mas ela não escutou. Ou fingiu não escutar. Só queria sair dali.
Pisar no acelerador foi como soltar o grito que ela segurava há semanas. As árvores passaram rapidamente pelas janelas, borradas pelas lágrimas que turvavam sua visão. O volante firme em suas mãos tremia levemente, assim como s