O salão continuava repleto de vozes e risadas abafadas, um espetáculo de riqueza e poder disfarçado sob sorrisos elegantes. Mas minha atenção estava completamente voltada para Sofia Rivas.
A jornalista parecia confortável, mas seus olhos analisavam cada canto do salão como se esperasse que alguém pulasse sobre ela a qualquer momento. Isso só confirmava o que já suspeitávamos: ela sabia demais e sentia o perigo se aproximando.
Dante estava relaxado ao meu lado, como se aquilo fosse apenas mais um evento mundano, mas eu sentia a tensão sob sua pele. Ele não gostava de deixar nada ao acaso, e nossa aproximação com Sofia precisava ser calculada.
— Ela parece inquieta — murmurei, tomando um gole do champanhe sem tirar os olhos dela.
Dante sorriu de canto.
— Isso é bom. Quanto mais alguém sente o medo, mais fácil é controlar o jogo.
O comentário me deu um arrepio, não porque me assustava, mas porque me lembrava de quem ele era. Dante Vasquez não era um herói, e eu não poderia esquecer isso.