A respiração ainda era irregular quando finalmente entramos no carro. Dante dirigia em alta velocidade pela estrada deserta, os nós dos dedos brancos de tanto apertar o volante. O silêncio entre nós não era apenas causado pelo cansaço, mas pelo peso do que acabara de acontecer.
Eu havia atirado em alguém.
Meu corpo ainda estava tomado pela adrenalina, mas a verdade se infiltrava devagar, como uma corrente gelada percorrendo minha pele.
— Você está bem? — Dante perguntou, sem tirar os olhos da estrada.
Assenti, mesmo sabendo que ele não acreditaria.
— Clara, olhe para mim.
Me forcei a virar o rosto, encont