[NARRADO POR ALANA]
A cozinha ainda tava com cheiro de café amargo e provocação no ar.
Aziza tinha acabado de soltar aquela:
— “Tá explicado por que ele se apaixonou.”
E foi aí que a porta do quarto abriu.
Caio apareceu.
Descalço. Sem camisa. Só de bermuda preta baixa, o corpo ainda marcado das pancadas da noite anterior. Mas o olhar... o olhar era de bicho acordado errado. Sobrancelha arqueada, mandíbula travada.
Ele parou na soleira, encarou a gente duas.
— “Tô ouvindo errado ou tu tá dando em cima da minha mulher, Aziza?”
Ela levantou da cadeira com calma. Postura de quem não tem medo.
— “Relaxa, primo. Se eu gostasse da fruta, tu já tinha perdido ela.”
O silêncio pesou. Mas não durou nem dois segundos.
Caio deu dois passos pra frente, riu de canto, e sem tirar os olhos dela, puxou minha cintura com brutalidade boa. Me virou de frente pra ele e cravou a boca na minha.
Um beijo daqueles.
Pesado. Vulgar. De marcar território.
A mão dele desceu pelas minhas costas até a