[Narrado por Alana]
O silêncio entre a gente era mais barulhento que qualquer rajada.
Ali, encostada numa parede mofada, com a farda suja de guerra e a alma batendo lata, eu entendi:
não tinha mais volta.
Nem pra base.
Nem pro morro.
Nem pra mim.
O Caio do meu lado... não era o menino da laje.
Era o homem que virou demônio pra me manter viva.
E eu? Eu era a mulher que atravessou o inferno de farda pra salvar um nome que o mundo inteiro mandou esquecer.
— “Tu ainda acha que dá pra fugir disso?” — perguntei, sem olhar.
Ele coçou o maxilar. Riu. Aquele riso de quem já matou esperança com a mesma mão que acendeu vela.
— “Fugir, não. Mas dá pra foder tudo antes de cair.”
Suspirei.
Larguei a cabeça contra a parede. O cimento gelado atrás da nuca. O coração quente demais pra aguentar mais uma batida no escuro.
— “A gente não tem nem pra onde ir.”
— “Tem sim.”
— “Aonde?”
Ele virou devagar, olho no meu, firme como arma engatilhada:
— “Pro meio.”
— “Meio do quê?”
— “Meio do nada. Do vácuo. Da p