capítulo 16

[Narrado por Caio – o Muralha]

O mundo voou comigo nas costas.

Ferro. Fumaça. Sangue. A porra toda girando enquanto o destino cuspia fogo no meu cangote.

E ela.

Alana.

Grudada em mim como tatuagem. Como cicatriz. Como maldição que eu escolhi carregar mesmo sabendo o peso.

Eu virei no ar. Protegi o corpo dela com o meu.

Me fodi, claro.

Mas não era a primeira vez.

Já tinha me jogado de telhado, de vida, de promessa — e sobrevivi a todas. Não ia ser uma ponte de merda que ia me parar.

O carro velho amorteceu. O capô gemeu. A dor bateu seco nas costelas.

Ela caiu em cima de mim. Quente. Tremendo. Firme.

Ainda viva.

Eu abri o olho.

A primeira coisa que vi foi a cara dela. Cheia de ódio. Cheia de susto. Cheia de mim.

— “Foi suave.” — falei, como se a gente tivesse saído de um cinema, e não da beira da morte.

Ela me xingou.

Com gosto. Com razão.

E eu sorri.

Porque se ela ainda me xingava, é porque tava viva. E enquanto ela respirasse, eu continuava invencível.

Me levantei devagar, o corpo gr
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