Anyelle
Abro os olhos lentamente, piscando para me acostumar com a luz forte que invade o quarto. Aos poucos, a imagem se define: estou em um quarto de hospital. Ao meu lado, Sofya me observa com uma expressão indecifrável.
— O que aconteceu? — minha voz sai fraca e rouca.
— A princesinha acordou — Sofya responde, com um tom de sarcasmo que não consigo decifrar completamente.
— Por que estou aqui? — insisto, tentando me lembrar dos últimos acontecimentos.
— Você teve uma infecção séria, febre altíssima. Por um triz não foi para o beleléu. Teve uma convulsão feia que te deixou toda trêmula. Parecia possessa pelo espírito da Pomba Gira — ela explica, com um misto de preocupação e deboche na voz.
A lembrança da febre e do mal-estar me atinge como uma onda. Sinto um arrepio percorrer meu corpo.
— Meu filho... Cadê o Ryan? — a angústia aperta meu peito.
— Ele está sendo bem cuidado. Meu irmão já o ama. Ryan não tem nada a ver com o que a mãe fez com o pai dele — Sofya garante, e