75- A paz celada e pedido de casamento

Liz

Os dias que se seguiram transformaram o Morro Senegal num palco para a minha vontade. A cada nascer do sol, as punições impostas aos traidores se desenrolavm, cravando minha autoridade na mente e no corpo de cada morador. O Coveiro, sujo e exausto, era a prova viva de que a arrogância se pagava com a miséria. A Velha Coruja, com sua faixa, tornou-se a voz que proclamava minhas vitórias. E Beto Sem-Braço, com seu corpo moído pelo trabalho forçado, era um monumento a insubordinação.

O Morro Senegal respirava um ar de respeito. Os boatos cessaram, os murmúrios se transformaram em ordens obedecidas. A paz, a minha paz, havia sido imposta. E com ela, a prosperidade começava a florescer sob o meu pulso firme. As "bocas" funcionavam sem problemas, o dinheiro fluía, e até as famílias mais afastadas sentiam a diferença de ter uma Patroa atenta.

Uma noite, a brisa trazia o cheiro de maconha das bocas de fumo e o som abafado de um samba distante. Eu estava na varanda da minha casa, obser
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