PH
Acordo sobressaltado com um barulho infernal. Esses caras parecem competir para ver quem consegue fazer mais estrago sonoro. Respiro fundo, tentando ignorar a bagunça e me viro para o outro lado da cama, na vã esperança de resgatar alguns minutos de sono. Falho miseravelmente. Que droga! Eu tinha pedido para decorar o quarto do moleque, não para demolir o quarto ao lado.
Com um resmungo arrastado, me levanto. A preguiça me puxa de volta para os lençóis, mas a curiosidade e a irritação vencem. Olho no celular: dezesseis horas. Que caralho! Perdi a tarde inteira.
Vou até o quarto vizinho, e encontro um grupo de pessoas trabalhando freneticamente. No meio da bagunça organizada, avisto Vini. Ele é morador do morro e já tentou me cantar várias vezes. Adoro o Vini, ele é divertido e um bom amigo, mas nossos gostos não se encontram nesse quesito. Profissionalmente, contudo, ele é impecável, e isso é o que realmente importa agora.
— E aí meu patrão gostoso — Vini cantarola, com um sor