A noite caiu com uma rapidez desconfortável, como se o céu tivesse pressa em escurecer tudo antes que Lívia estivesse pronta. Ela estava no quarto, sentada na cama, com o caderno do treinamento aberto, mas não conseguia focar em uma única linha.
Pegou o celular pela quinta vez em menos de dez minutos.
A conversa com Rafael estava ali, parada, fria, como se tivesse congelado no meio do caminho.
Ela passou os olhos pelo último “Eu também sinto” dele.
Era pouco.
Era muito pouco para o que eles tinham virado um na vida do outro.
A saudade dela estava viva.
A dele… parecia sobreviver no modo silencioso.
Lívia respirou fundo e começou a digitar:
Lívia:
— Está tudo bem aí? Você sumiu de novo…
Esperou alguns segundos.
O celular tremeu nas mãos dela de leve.
As três bolinhas apareceram.
Sumiram.
Voltaram.
E então a resposta veio:
Rafael:
— Estou tentando resolver algumas coisas.
Desculpa se pareço ausente.
Lívia fechou os olhos por um instante.
As palavras eram corretas.
Gentis.
Mas não eram q