O restaurante escolhido por Rafael era elegante, discreto e iluminado por velas — nada exagerado, nada chamativo demais. Um lugar perfeito para quem queria recomeçar com calma, mas sem perder a intensidade.
Ele abriu a porta para ela, como fazia antes, mas dessa vez sem aquele ímpeto possessivo que Lívia recordava.
O gesto era leve.
Respeitoso.
Maduro.
Lívia entrou e riu baixinho.
— Cuidado, hein… se você continuar assim, posso me acostumar.
— Esse é o plano. — Rafael disse, com um sorriso torto que sempre mexeu com ela.
Sentaram-se próximos, não frente a frente como dois desconhecidos, mas lado a lado, como dois cúmplices. A mesa tinha uma vista linda da cidade. A noite estava clara, com uma brisa discreta passando pelo vidro.
O garçom trouxe vinho.
Rafael serviu com naturalidade — não para impressionar, mas porque era do jeito dele.
— Sério — ele disse, enquanto girava a taça devagar — hoje foi o dia mais bonito que eu já te vi viver.
Você estava brilhando, Lív.
— Eu estava nervosa