O carro estava silencioso quando Rafael ligou o motor.
Não havia clima pesado, mas havia gravidade no ar.
Os dois sabiam que aquela conversa precisava acontecer — não para criar drama, mas para criar paz.
Lívia ajeitou o cinto e virou o corpo levemente para ele, mostrando que estava pronta para ouvir.
Rafael respirou fundo, apoiando as mãos no volante antes de começar.
— Vou ser direto, tá? — ele disse, olhando para frente antes de encará-la. — Porque você merece clareza.
— Tudo bem. — Lívia respondeu, com calma. — Eu quero entender. Só isso.
Rafael assentiu.
— Eu e a Clarice fomos um casal há muito tempo. Anos antes de eu pensar em ter uma franquia, anos antes de eu ser CEO. Foi uma relação boa… até não ser mais.
Lívia permaneceu em silêncio, atenta.
— No fim… — Rafael continuou — a gente virou mais amigos de costume do que casal. Eu estava sempre viajando, sempre trabalhando, sempre atrasado emocionalmente. E ela… ela começou a buscar coisa que eu não conseguia entregar.
— Como o qu