A noite caiu pesada sobre a cidade, e o hotel parecia mais silencioso do que na véspera. O cansaço de Lívia era profundo, mas não físico , era emocional. Era o peso de tentar ser forte em duas frentes: no trabalho… e no amor.
Ela tomou banho, colocou um pijama simples e amarrou o cabelo. Lavou o rosto devagar, como se cada movimento fosse uma tentativa de convencer o coração a desacelerar.
Mas o peito continuava cheio.
A cama continuava grande demais, fria demais.
E ela continuava sozinha demais.
Sentou-se na beira da cama, abraçando os próprios joelhos, enquanto olhava o celular na mesa.
Nenhuma mensagem dele nas últimas horas.
O silêncio entre ela e Rafael parecia uma parede invisível, construída pedra por pedra ao longo do dia.
Não por falta de amor.
Mas por excesso de vida acontecendo ao mesmo tempo.
Ela finalmente pegou o celular para mandar algo.
Parou.
Digitou.
Apagou.
Respirou fundo e deixou o aparelho de lado.
— Eu não posso sufocar ele. — sussurrou para si mesma.
Mas a verda