O segundo dia de treinamento começou com a mesma energia vibrante do primeiro, mas dentro de Lívia havia algo diferente. Era como se a viagem tivesse criado uma camada de névoa entre ela e Rafael, e quanto mais ela tentava dissipá-la, mais ela parecia se espalhar.
No auditório da unidade, ela revisava slides enquanto Vicente ajustava detalhes com o gerente local. O ambiente era vivo, dinâmico, cooperativo — um contraste quase cruel com a sensação de vazio que apertava o peito dela.
— Café? — Vicente perguntou, estendendo um copo para ela.
— Obrigada. — Lívia respondeu com um sorriso suave.
Tomou um gole e sentiu o amargor bater na língua, mas não era do café. Era do coração.
Vicente percebeu a distância no olhar dela e decidiu não puxar assunto. Ele entendia sem precisar ouvir. Às vezes, esse tipo de compreensão silenciosa era exatamente o que Lívia precisou a vida inteira… e por isso mesmo era perigosa.
Ela ajeitou os arquivos, respirou fundo e se levantou.
— Vamos começar. — disse,