Lívia passou o dia tentando processar o que tinha acontecido.
Rafael.
CEO.
Seu novo chefe direto.
O nome dele agora aparecia em cada e-mail de comunicação interna, em cada organograma, em cada assinatura oficial.
E ela ainda sentia o gosto do beijo que nunca deveria ter acontecido.
Às seis da tarde, o aviso do calendário piscou no computador:
Reunião com Rafael Menezes – Sala 4.
Ela fechou os olhos por um segundo, respirou fundo e foi.
A cada passo, tentava vestir o papel profissional como uma armadura.
Quando entrou na sala, ele estava de pé, ao lado da janela.
O terno escuro contrastava com o entardecer dourado lá fora.
Por um instante, o tempo pareceu repetir o cenário do beijo — o mesmo ar denso, a mesma tensão invisível.
— Boa tarde, Lívia — disse ele, sem olhar diretamente. — Obrigado por vir.
— Boa tarde, senhor Menezes — respondeu, com o tom mais neutro que conseguiu.
Ele se virou e sorriu de leve. — “Senhor Menezes”? Isso soa estranho, vindo de você.
— É o tratamento a