Após o impacto do livro de Elisa e da repercussão da investigação, a Constela entrou em uma nova fase.
A caixa de entrada da editora, antes cheia de propostas formais e histórias com narrativas densas, começou a mudar de tom.
As mensagens agora vinham com títulos diferentes:
“Não sei se é o bastante para virar livro, mas…”
“Talvez vocês nem publiquem isso, porque não é tão grave assim…”
“Desculpa incomodar com algo bobo.”
Dores menores, incômodos sutis, histórias silenciosas.
Uma mulher escreveu sobre como perdeu o emprego por não conseguir sorrir o suficiente no caixa do mercado.
Um jovem relatou como a mãe o comparava todos os dias com o irmão que “deu certo”.
Outra pessoa escreveu um relato inteiro sobre um jantar em que ninguém ouviu sua opinião — e isso a fez questionar se deveria mesmo continuar tentando se impor.
Aurora lia e percebia um padrão.
Ninguém achava que sua dor era digna.
Em uma das reuniões semanais, ela trouxe esse novo fenômeno para a equipe:
— Vocês perceberam a